terça-feira, 1 de outubro de 2013

Carreira e Desenvolvimento


Por: Fernanda Kubota
Habitualmente, quando pensamos em um Plano de Carreira, a primeira coisa que nos vêm à mente é nos tornarmos o gestor do departamento em alguns anos. Ocupar o posto de Diretor da empresa, um dia...
Muitas pessoas acreditam que progredir na carreira é somente ocupar cargos que estão acima do seu, caminhando conforme o organograma da empresa: atualmente ocupo esta posição, amanhã ocuparei aquela e depois de amanhã chego à outra. O problema está quando nos espelhamos nas pessoas que estão ocupando os cargos desejados. Desta forma, procuramos desenvolver as mesmas competências destes profissionais: os mesmos cursos, a mesma faculdade, a mesma postura.
No cenário atual, as mudanças são constantes. Muita junção, aquisição e fusão de empresas... Muitas exigências, muita experiência, muito equilíbrio pessoal para suportar a inconstância. E se este organograma mudar? E se o profissional que me espelho sair da empresa? O que será de mim? E seu eu sair da empresa, qual plano seguirei? O que farei com tudo o que investi, tentando seguir aquele modelo?
É necessário avaliar como estruturamos nosso Plano de Carreira. Não engessá-lo conforme o mapa de uma empresa ou conforme um determinado modelo de profissional. É preciso um planejamento baseado na conquista de competências alinhadas à sua essência (perfil), tais como: quais conhecimentos tenho real interesse em adquirir? Quais habilidades devo conscientizar-me em desenvolver, conforme meus valores e os valores organizacionais?  Quais atitudes preciso rever em minha postura no dia a dia, as quais devo despertar nesta essência e praticar, desde o porteiro até o presidente?
É essencial darmos prioridade àquilo que nos satisfaz verdadeiramente, pois a carreira é uma parte da nossa vida e passamos bastante tempo trabalhando para não fazermos o que gostamos...
Comece priorizando o que te faz feliz, o que é importante para o seu crescimento pessoal e profissional. Ambos precisam estar alinhados, uma diferença deixaria-nos mancos. Comece do começo, solidifique a sua carreira. Cresça devagar, porque não vai ser fácil, precisaremos suportar a dor do crescimento.
Se você é analista, por exemplo, e realiza atividades operacionais, olhe para o lado e tente conhecer as atividades que estão dentro da sua área de atuação, expandir suas experiências, um crescimento horizontal. Desta forma ganhará visão sistêmica, essencial para desenvolver o pensamento estratégico. Depois, procure realizar um MBA para conhecer a estratégia de sua área e um pouco das outras áreas que envolvem sua organização, as atividades das suas áreas cliente e fornecedoras. Assim você terá condições de pensar em decisões que afetam as atividades e as pessoas que realizam as atividades. Desenvolvendo empatia, poderá com o tempo tornar-se o gestor de sua área. E se ainda sim, gostar de influenciar responsavelmente pessoas e se responsabilizar pelos resultados de toda sua área, é provável que progrida para cargos mais altos de gestão, consequentemente.
Perceba que tanto faz sua área de especialidade ou a empresa que você trabalha atualmente. Poderá até fazer carreira solo, como autônomo ou empresário de seu próprio negócio.
Planeje a sua carreira como um caminho para seu desenvolvimento e bem estar pessoal, pois mesmo que não haja possibilidades de crescimento/ desenvolvimento dentro de sua empresa, você estará apto para aproveitar outras oportunidades e não ficar responsabilizando um chefe que não te promove, uma empresa que não oferece um plano de carreira ou ficar se vitimizando pela atual situação. Não se engane, a responsabilidade do nosso Plano de Carreira é inteiramente sua e de mais ninguém!

Fernanda Laura Resta Kubota
20 anos de experiência no Desenvolvimento de Pessoas, sendo 07 anos na área de Educação e 13 anos em Gestão de Pessoas, atuando como gestora em empresas nacionais e multinacionais, familiares, de pequeno, médio e grande porte. Formação em Letras, Pós-Graduada em Recursos Humanos Estratégico e MBA em Gestão de Pessoas. Professora de cursos técnicos/ profissionalizantes e de ensino superior nas áreas de Recursos Humanos, relacionamento interpessoal, gestão de conflitos e liderança. Certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching e pela Hay Group em instrumentos de desenvolvimento de pessoas.

7 comentários:

  1. Olá Jaime, olá Fernanda!
    Excelente artigo!
    Ele nos propõe analisar quão protagonistas temos sido de nossas próprias carreiras. Despertar para as atividades que nos dão prazer enquanto nos desenvolvemos profissionalmente, observar oportunidades horizontais para agregar conhecimento sistêmico e compreender que a carreira é composta por caminhos pelos quais decidimos caminhar (ninguém pode escolher por nós!) é um desafio que pode nos impulsionar a crescer pessoal e profissionalmente.
    Obrigada por compartilhar este conhecimento, Fernanda!

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    1. Olá Vivian, de fato a Fernanda traz em sua carreira uma grande experiência e nos dá estas dicas sobre nosso desenvolvimento profissional. Um grande abraço.

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  2. Olá a todos.
    Compreender que nosso lado pessoal e o lado profissional são uma coisa só é difícil, mas você jamais deixa de ser o profissional o ou o pessoal, pois isso vem de você. O que a Fernanda nos colocou foi um caminho que devemos trilhar com sabedoria, equilibrando o que fazemos com o o que gostamos de fazer. E vou além, podemos sim ser profissionais sem estar fazendo o que realmente gostamos, pois fazendo o melhor de nós, sobra recursos para fazer o que gostamos, por isso a importância do equilíbrio. Use o seu toque pessoal no profissional e seu toque profissional no pessoal e seja feliz.
    Parabéns Jaime, e obrigado Fernanda.

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    1. Olá Rodrigo, muito pertinente os seus comentários e agrega ainda mais ao artigo da Fernanda. Abraços

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  3. Impossível não concordar com o texto. Algumas pessoas parecem não perceber a beleza da autonomia, parecem não ter senso de propriedade de suas próprias carreiras - e portanto de suas próprias vidas. Quantas pessoas conheci que cresceram rapidamente no ambiente organizacional mas não conseguiram sustentar sua posição ao longo do tempo por não se preocuparem em criar uma raiz sólida antes... Parabéns pelo texto, Fernanda!

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    1. Mauricio, grato pelas observações, realmente nós precisamos estar atentos a nossa carreira e pensar a longo prazo. Abraços

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  4. Excelente Percepção! Paulo Paiva - Coach | Consultor | Palestrante | Psicanalista

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